quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

MEU DEUS, LÁ VEM ELES!
Ontem o navio holandês "Eendracht", daqueles hereges e hipócritas holandeses que se escondem atrás da divisa qua patet orbis para melhor saquearem e roubarem as terras cristãs, foi repelido de volta às linhas da esquadra. Haviam tentado um desembarque de 70 homens perto do Pão de Açúcar, mas esses foram destroçados por nossos valorosos homens e tiveram de voltar em desordem para suas lanchas. Abandonaram à própria sorte feridos e outros, que fizemos prisioneiros.
Então a esquadra inimiga, vendo que seria impossível nos conquistar, fizeram velas no rumo Oeste. O governador, avisado, decidiu enviar um próprio para São Vicente, levando rebate. (informações colhidas nas "Efemérides", do Barão do Rio Branco)
EM SENDO O CLIMA DE HOJE PATRIÓTICO...
Li, não lembro mais onde uma recomendação aos poetas, mais ou menos impondo a cada um o "dever" de compor a sua "Canção do Exílio" , em sadia emulação ao grande Gonçalves Dias. O autor daquela recomendação certamente havia feito sua pesquisa e descoberto, como eu agora, um ror de poetas que há muito aceitaram esse desafio. A partir de Casimiro de Abreu, assim fizeram também Mário Quintana, Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, etc. etc.
Dentre essas glosas todas, gosto muito daquela de autoria do Murilo Mendes, que começa assim: "Minha terra tem macieiras da Califórnia/onde cantam gaturamos de Veneza./Os poetas da minha terra/são pretos que vivem em torres de ametista,/os sargentos do exército são monistas, cubistas,/os filósofos são polacos vendendo a prestações./A gente não pode dormir/com os oradores e os pernilongos"........ realista pintura do nosso "melting pot"...
Quanto às versões mais "graves", há a excelente poesia do grande Affonso Romano de Sant'Anna, dedicada ao então exilado Fernando Gabeira (mas com toda certeza dirigida também a tantos e tantos outros que precisaram sair ou foram "banidos" do país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza)
Na linha político-jocosa (aliás está cada vez mais difícil notar que uma coisa não se liga sempre à outra - vejam só o episódio do castelo medieval do deputado... ) desponta o Jô Soares, fazendo eco ao recente (e outra vez trágico/humorístico momento político recente): "CANÇÃO DO EXÍLIO ÀS AVESSAS - Minha Dinda tem cascatas/onde canta o curió/Não permita Deus que eu tenha/De voltar pra Maceió".........
Mas na minha modesta porém sincera opinião a melhor, que mescla concisão, fino humor com pitadas de alguma amargura e ironia é a do poeta e tradutor, além de excelente pessoa humana, José Paulo Paes:
CANÇÃO DO EXÍLIO FACILITADA
Lá?
Ah!
Sabiá...
Papá...
Maná...
Sofá...
Sinhá...
Cá?
Bah!
andei "pelejando" com a minha versão desde a semana passada. É capaz de amanhã ficar no ponto... Aí eu mostro para todo o mundo, combinado?
QUERMESSE PORTUGUESA
"Receia-se menos um bravo em cólera que um cobarde que dissimula" - "Quem quer chegar mais depressa arrisca-se a ficar manco" - "O ódio dos maus, honra do homem bom"
Amanhã tem mais.

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