terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

F I M D O D I A Claro que podem: devem! Tal abonação vem de Carlos Drummond de Andrade, que em uma de suas crônicas trata com ironia um trabalho acadêmico eivado de expressões eruditas a respeito de sua obra. Alegando não saber o significa da maior parte dos qualificativos aplicados pelo autor em seu trabalho profissional, Drummond brinca com tais expressões que, afinal, não tem nada com as musas e sim com a técnica exegética, não é mesmo? Falar no Carlos Drummond, verifico com prazer que na minha estante estão emparelhados os seguintes livros: “O Observador no Escritório”; “Tempo Vida Poesia” e “Itinerário de Pasárgada”. Os dois primeiros dele, este último do Manoel Bandeira. Acho tão natural essa vizinhança que fico imaginando: na calada da noite, enquanto os papéis avulsos se reproduzem como coelhos, como dizia Abgar Renault, os três resolveram ficar juntos e imediatamente recomeçaram aquelas conversas das calçadas do centro do Rio, no “Amarelinho”, na ABI, na porta da Academia... Retirei-os, limpei-os com escova e pano seco. Estavam um pouco contrafeitos, na minha opinião e por isso coloquei-os no mesmo lugar. Juro que deles saiu um ar assim, de contentamento! Lá fiquem então, conversando. PS – os termos literários foram retirados do “Pequeno Dicionário de Arte Poética”, de Geir Campos. O volume de menos de 200 páginas é realmente pequeno; a obra, no entanto, de grande importância. Mais sobre o poeta Geir em www.releituras.com/geircampos_menu.asp

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