sábado, 28 de fevereiro de 2009

N Q U
A M A a e
l
"nunca desista de seu sonho. Se acabou
numa padaria, procure em outra"
( Aparício Torelly, Barão de Itararé)
MEU DEUS, LÁ VEM ELES! - (IV)
"BRIGAM HOLANDA E ESPANHA
PELOS DIREITOS DO MAR"
E os pernambucanos levam as sobras... Nosso correspondente de guerra, o soldado Richshoffer (Ambrósio), de quem já falamos, relata que o "Sr. General fez transportar para terra três meio-canhões, que foram logo postos na bateria e bateram violentamente o forte, tanto durante este dia como o seguinte, abrindo-lhe uma grande brecha, que os seus defensores procuraram reparar com um saco de lã." (obs. : trata-se do Forte de São Jorge, uma das defesas de Olinda)
A N D R O M A Q U I A
É esse jeito de resolver "na porrada", comum aos animais em geral, mas
que em nós, autonomeados "superiores", realmente atingiu ao ápice, em
matéria de crueldade astuciosa. Como dizia o poeta (embora pensando em
coisas opostas ao belicismo) com engenho e arte. Daí então nos ocorre geral-
mente ao nos lembrarmos dessas guerras e batalhas, a pergunta quase obriga-
tória: E se...?
E SE os batavos tivessem ficado com o Nordeste para eles (como aliás queriam , entre outros menos votados, o Padre Antonio Vieira e o Rei espanhol)?
COMO TERIA SIDO A HISTÓRIA se mil anos antes, Carlos Martel e os francos tivessem sido derrotados na batalha de Poitiers/Tours? Ou ainda, passados mais quinhentos anos, Afonso VIII e sua coligação de reis ibéricos e cavaleiros europeus tivessem perdido a batalha de Navas de Tolosa (16/07/1212)?
EM OUTRO "ALMANAQUE" Chico Buarque pergunta "como é que isso tudo começou/ me diz, me diz/.... Pra onde vai o meu amor/quando o amor acaba." Bem, Cartas para a redação. Imagino no entanto que num tempo há muito esquecido dos homens, um de nós acordou em África, olhou para o Norte e subitamente percebeu a utopia. Nasceu o desejo, o gozo e a frustração que ambos mede, saciando este e aumentando aquele. Disso somos feitos, desse caminhar eterno, dessa procura.
ANEXIM DO DIA ÚLTIMO DE FEVEREIRO:
O mundo é um caleidoscópio; cada qual o vê conforme o agita

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Adágios das circustâncias do homem :
"A ironia é a arma do fraco" (Brasil)
"A humildade só é virtude quando não revela fraqueza" (Portugal)
"A língua resiste porque é mole; os dentes caem porque são duros" (China)
... E esse para colocar na entrada dos shopping-centers:
"QUEM COMPRAR O QUE NÃO PRECISA,
VENDERÁ O QUE PRECISA"
(árabe)

sábado, 21 de fevereiro de 2009

MEU DEUS, LÁ VEM ELES !! (3)
Segundo consta das “Efemérides” do Barão, hoje, 21 de fevereiro (1630) continua a guerra. O Nordeste encontra-se conflagrado. Entretanto meus correspondentes secretos (entre eles um rapazinho holandês de nome Ambrósio [*] ) contam que na realidade caíram todos no samba, digo, no frevo. Está uma patuscada! Em outras palavras, a confraternização entre os flamengos e os nativos e nativas (com ênfase nessas últimas) virou uma rambóia, uma bambochata, uma funçonata, pagodeira, rapioca, etc. e tal. Evoé, Momo!
[*] Trata-se de Ambrósio Richshoffer, que mal contemplara dezoito anos na ocasião e deixou um importantíssimo documento histórico sobre a Invasão Holandesa, o “Diário de Um Soldado da Companhia das Índias Ocidentais”
A ERA DAS ABÓBORAS
Ao longo do nosso período no planeta, até agora vivemos em diversas eras: a pré-história, a idade média, a contemporânea, etc. Há um livro bem interessante, do historiador inglês Eric Hobsbawn, "A Era dos Extremos", no qual ele descreve o "breve século xx", que teria durado de 1914 até 1991, ou seja, da derrocada final dos antigos impérios europeus ao fim do comunismo soviético. Mas, e depois? em verdade vos digo, amigos e amigas, chegou a ERA DAS ABÓBORAS! Parece que depois de décadas vividas sob tensão e medo que a contraposição capitalismo x socialismo provocava, uma imperiosa necessidade de sermos fúteis nos dominou. Acabou a "Guerra Fria" e nos submetemos de bom grado à "Guerra Frívola" Digo isso porque lendo jornais, vendo TV, ouvindo os últimos sucessos musicais ou indo ao cinema, a constatação é a mesma: as abobrinhas se tornaram ubíquas! Sem remissão ou derivativos, reinam soberanas: para qualquer lado que voce vire, lá estão elas. Pior, cada vez mais as novas gerações (relevem as minguadíssimas exceções de praxe) enxergam tais superficialidades como se fossem cultura e ilustração tais demonstrativos da puerilidade e da tolice. Valham-me os céus!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

M EU DEUS, LÁ VEM ELES! (continuação)
Anteontem houve o desembarque dos holandeses, ontem combates furiosos, nos quais eles levaram os nossos de vencida. Hoje os primeiros engenhos, situados mais próximos a Olinda, começam a ser ocupados...A verdade é que estamos sós, largados à nossa própria sorte! El Rey D. Gaspar de Guzmán (eis que o tal Felipe, o quarto desse nome, nada mais faz que levar a sério seu poeta Calderón de La Barca, sempre sussurrando em seus ouvidos: “La vida es sueño”) que se acha ocupadíssimo em extorquir os catalães para financiar suas guerras européias, que se preocupar com tão remotas paragens!
DEVER DE OFÍCIO Blogs e sites existem muitos por aí. Os que mais visito alguns até colaboro eventualmente, mas que são também meus favoritos, listo abaixo: 1) http://literaturaeriodejaneiro.blogspot.com 2) www.almacarioca.com.br 3) www.dw-world.de 4) http://palavrasalice.blogspot.com 5) www.sonetos.com.br 6) www.estacoesferroviarias.com.br 7) www.revistamuseu.com.br 8) www.morganmotta.com 9) www.rosalba.com.br 10) www.fernandodamattamachado.com.br 11) www.verdestrigos.org Visitem! Falar em visitas, sempre que posso ir a Belo Horizonte, chova ou faça sol não deixo de visitar o Álvaro no Café Book, seu belo espaço de livros, bom papo, cafés, licores, etc. etc. Da última vez, fui fazer uma “visitinha” e quase foi preciso me colocarem para fora, noite alta já! Quem manda ter uma “livraiada” tão boa, uma música ambiente finíssima e o pessoal, equipe e freqüentadores da mesma estirpe da música, ou mais? Fica na Padre Rolim, 616, bem na esquina da Brasil
F I M D O D I A Claro que podem: devem! Tal abonação vem de Carlos Drummond de Andrade, que em uma de suas crônicas trata com ironia um trabalho acadêmico eivado de expressões eruditas a respeito de sua obra. Alegando não saber o significa da maior parte dos qualificativos aplicados pelo autor em seu trabalho profissional, Drummond brinca com tais expressões que, afinal, não tem nada com as musas e sim com a técnica exegética, não é mesmo? Falar no Carlos Drummond, verifico com prazer que na minha estante estão emparelhados os seguintes livros: “O Observador no Escritório”; “Tempo Vida Poesia” e “Itinerário de Pasárgada”. Os dois primeiros dele, este último do Manoel Bandeira. Acho tão natural essa vizinhança que fico imaginando: na calada da noite, enquanto os papéis avulsos se reproduzem como coelhos, como dizia Abgar Renault, os três resolveram ficar juntos e imediatamente recomeçaram aquelas conversas das calçadas do centro do Rio, no “Amarelinho”, na ABI, na porta da Academia... Retirei-os, limpei-os com escova e pano seco. Estavam um pouco contrafeitos, na minha opinião e por isso coloquei-os no mesmo lugar. Juro que deles saiu um ar assim, de contentamento! Lá fiquem então, conversando. PS – os termos literários foram retirados do “Pequeno Dicionário de Arte Poética”, de Geir Campos. O volume de menos de 200 páginas é realmente pequeno; a obra, no entanto, de grande importância. Mais sobre o poeta Geir em www.releituras.com/geircampos_menu.asp

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

CANÇÃO DO EXÍLIO

Dia 12 último publiquei um post a respeito das diversas "Canção do Exílio" surgidas depois que Gonçalves Dias fez a primeira, "minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá" etc. No final disse que a minha versão estava em preparo, não foi? pois olhem ela aí:
MINHA TERRA
Tem goiabada com queijo,
pão com manteiga e café.
Farinha de puba, farofa
e quem me cate cafuné.
Minha terra é empós a curva,
descendo aquela ladeira.
Onde há uma igrejinha bem branca,
com um sino na cumeeira.
Mares azuis, mares verdes,
cachoeiras, piracemas
tabas, pajés, índias loiras
e as tão doces morenas.
Tantos e tais verdores
iguais não vi e não há
minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá.
(PMMJ)
Pensando bem, os dois últimos versos ficariam bem melhores assim, não?
tantos e tais verdores
iguais não são nem serão
minha terra tem palmeiras,
mas o FLU é o campeão!

(design by Auriel de Almeida )

sábado, 14 de fevereiro de 2009

E MAIS POESIA

Soneto clássico é aquele com quatorze versos decassílabos, onde a rima segue o padrão abba: o primeiro verso rima com o quarto, o segundo com o terceiro. Clássico de truz foi JOSÉ ALBANO(1882-1923), de quem hoje muito poucos se recordam, mas que deixou grande e apreciada obra poética. Nascido no Ceará, de família tradicional, pode fazer o percurso dos bem-aventurados: Foi mandado pela família para a Europa, de onde retornou para a sua tradicional e provinciana Fortaleza dono de uma profunda erudição fornecida nos colégios dos jesuítas e de um escandaloso e soberbo monóculo, que logo o fizeram motivo de remoques. Dos quais se viu vítima em Europa, França e Bahia: vivia em total desacordo com os tempos, suspirando pela arcádia clássica e pelo lácio remoto, onde com certeza viveria "tendo direito ao néctar", o qual tinha a certeza os poetas usufruíam. Entre as várias formas que cultivou sobressaem-se diversos sonetos clássicos, recuperados por ninguém menos que Manoel Bandeira, que foi o responsável pelo aparecimento dos seus versos em coletânea editada nos anos 40 e relançada em 1993,com vários estudos críticos e testemunhos de contemporâneos, pela Graphia Editorial. Vejam:
"Amor que imaginei, mas nunca tive,
Tão doce enlevo e tão cruel tormento,
Por tua causa choro e me lamento,
Sem que às dores duríssimas me esquive.
Aquele antigo sonho que ainda vive
Neste meu coração triste e sedento
E, posto que me seja sofrimento
Imploro ao Céu que dele me não prive
Bem, que a males perpétuos me condenas,
Sem a tua presença pura e mansa
As horas vão e vêm, mas não serenas.
De tanto padecer o peito cansa.
Mas entre mil torturas e mil penas
ainda permanece uma esperança."
(José albano, 1918)
Sem dúvida o metro a medir-lhe as estrofes seria Camões!

POESIA - II

os versos da célebre canção lançada pelo Som Imaginário são esses:
"SÁBADO
Sábado eu vou à festa
vou levar meu violão
vou cantando uma canção
que eu decorei
Sábado eu vou à festa
numa nuven de algodão
e entre estrelas vou abrir meu coração."
..............................................................
Belos, não?

POESIA

P O E S I A “Hoje é sábado, amanhã é domingo / A vida vem em ondas com o mar”....... No seu mais-que-famoso poema, Vinícius amargamente se queixa do equívoco divino de haver criado o ser humano. Como diz textualmente, se Deus houvera descansado no sexto dia, ao invés do sétimo, “seríamos talvez pólos infinitamente de partículas cósmicas em queda invisível na terra. / Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes”.................................................. / “seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias / a paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio / a pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.”..... concluindo que o universo plenamente já se bastava a si próprio no quinto dia da criação. Mas o criador, talvez tomado pela delirante euforia que aquele súbito desandar criacionista, possa ter-lhe provocado, não parou por ali: “E para não ficar com as vastas mãos abanando / Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança / Possivelmente, isto é, muito provavelmente / Porque era sábado.” Meus sentimentos vão na contramão do poema. Acho mesmo que deles venha a sensação epífana do qual sou presa aos sábados. Nesse dia da semana geralmente já acordo com excelente humor. Que bom que o Todo Poderoso resolveu pegar no batente mais um período e por isso eu existo! Mesmo com as neuroses comuns à espécie (que alguns dizem ser fruto da degenerescência cromossômica de algum primata), viver e ter plena consciência disso torna completa a fruição do sábado. Outro grande poeta cantou dia diverso, a sexta-feira. Talvez por ser de geração mais moderna, por isso encarando com familiaridade a instituição da “semana inglesa” (que para Vinícius e seus contemporâneos constituiu-se uma novidade), Tom Jobim celebra a sexta-feira em versos alegres e música laudatória. “Borzeguim” é cantada no mundo inteiro, em contagiante tom de júbilo, pois “Hoje é sexta-feira de manhã / Hoje é sexta-feira / Deixa o mato crescer em paz” . Esse último verso eu o imagino de alguma forma ligado à desesperança do poeta mais velho, que deixou de ter esperanças no homem e que ele algum dia pudesse deixar de viver à custa das demais criaturas do planeta, vegetais e animais. Finalmente, para concluir, os belos versos da canção lançada pelos “meninos” do “Som Imaginário” salvo engano em 1970. Também não recordo a autoria: para mim ou é do Tavito ou do Zé Rodrix. Se alguém quiser me ajudar...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

MEU DEUS, LÁ VEM ELES!
Ontem o navio holandês "Eendracht", daqueles hereges e hipócritas holandeses que se escondem atrás da divisa qua patet orbis para melhor saquearem e roubarem as terras cristãs, foi repelido de volta às linhas da esquadra. Haviam tentado um desembarque de 70 homens perto do Pão de Açúcar, mas esses foram destroçados por nossos valorosos homens e tiveram de voltar em desordem para suas lanchas. Abandonaram à própria sorte feridos e outros, que fizemos prisioneiros.
Então a esquadra inimiga, vendo que seria impossível nos conquistar, fizeram velas no rumo Oeste. O governador, avisado, decidiu enviar um próprio para São Vicente, levando rebate. (informações colhidas nas "Efemérides", do Barão do Rio Branco)
EM SENDO O CLIMA DE HOJE PATRIÓTICO...
Li, não lembro mais onde uma recomendação aos poetas, mais ou menos impondo a cada um o "dever" de compor a sua "Canção do Exílio" , em sadia emulação ao grande Gonçalves Dias. O autor daquela recomendação certamente havia feito sua pesquisa e descoberto, como eu agora, um ror de poetas que há muito aceitaram esse desafio. A partir de Casimiro de Abreu, assim fizeram também Mário Quintana, Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, etc. etc.
Dentre essas glosas todas, gosto muito daquela de autoria do Murilo Mendes, que começa assim: "Minha terra tem macieiras da Califórnia/onde cantam gaturamos de Veneza./Os poetas da minha terra/são pretos que vivem em torres de ametista,/os sargentos do exército são monistas, cubistas,/os filósofos são polacos vendendo a prestações./A gente não pode dormir/com os oradores e os pernilongos"........ realista pintura do nosso "melting pot"...
Quanto às versões mais "graves", há a excelente poesia do grande Affonso Romano de Sant'Anna, dedicada ao então exilado Fernando Gabeira (mas com toda certeza dirigida também a tantos e tantos outros que precisaram sair ou foram "banidos" do país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza)
Na linha político-jocosa (aliás está cada vez mais difícil notar que uma coisa não se liga sempre à outra - vejam só o episódio do castelo medieval do deputado... ) desponta o Jô Soares, fazendo eco ao recente (e outra vez trágico/humorístico momento político recente): "CANÇÃO DO EXÍLIO ÀS AVESSAS - Minha Dinda tem cascatas/onde canta o curió/Não permita Deus que eu tenha/De voltar pra Maceió".........
Mas na minha modesta porém sincera opinião a melhor, que mescla concisão, fino humor com pitadas de alguma amargura e ironia é a do poeta e tradutor, além de excelente pessoa humana, José Paulo Paes:
CANÇÃO DO EXÍLIO FACILITADA
Lá?
Ah!
Sabiá...
Papá...
Maná...
Sofá...
Sinhá...
Cá?
Bah!
andei "pelejando" com a minha versão desde a semana passada. É capaz de amanhã ficar no ponto... Aí eu mostro para todo o mundo, combinado?
QUERMESSE PORTUGUESA
"Receia-se menos um bravo em cólera que um cobarde que dissimula" - "Quem quer chegar mais depressa arrisca-se a ficar manco" - "O ódio dos maus, honra do homem bom"
Amanhã tem mais.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

DESCERRANDO O CERRADO
Essa ao lado é uma das mais belas flores desse "jardim à beira céu plantado", o cerrado do Planalto Central do Brasil. Tenho me extasiado com dois livrões a respeito do bioma do Distrito Federal e adjacências: "Águas Emendadas", de Fernando Oliveira Fonseca (org.) ed. da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente - SEDUMA, 2008 e "Apa de Cafuringa", ed. da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - Semarh, 2006. São "livrões", uma vez que são enormes e pesados, mas além disso extraordinárias obras de divulgação do lugar onde é a capital do Brasil. Esses volumes e os demais que sejam editados pelo governo local devem existir em cada uma das escolas do DF e do entorno, e para além da simples existência física, devem ser cotidianamente manuseados por mestres e alunos. Assim se cria o respeito e o cuidado com o lugar onde todos moramos. O lobo-guará, o veado campeiro, o cachorro do mato, a anta, a capivara, o macaco-prego, a ema, a siriema, a arara, tucanos, papagaios, gaviões e tantas mais espécies animais, além da imensa diversidade vegetal, agradecem penhorados. Nós também, que todos nos beneficiamos a cada vez que um guri ou guria plantam uma mudinha, deixam de "bodocar" passarinhos, etc.
VOCÊ SABIA ?
Muitos milhares de séculos passados, as terras todas do planeta formavam um só bloco, a "PANGÉIA". Passaram-se alguns milhares e ele separou-se em dois enormes continentes: o que ficava ao Norte chamado por nós LAURÁSIA e o que derivou para o Sul, GONDWANA. Assim nós somos gondwanos, enquanto que a turma de cima é toda ela laurasiana. Deus, ao que dizem, fixou-se em um pequeno trecho do nosso pedaço chamado "Brasil" e adotou para si essa nacionalidade. Os laurasianos ficaram extasiados quando, ao começarem a viajar para Gondwana, descobriram naquele pequeno trecho já citado o carnaval, a mulata e ultimamente a caipirinha e a sandália havaiana. Esta última um "must" como se fala por lá, entre as laurasianinhas jovens e bonitinhas. Evoé!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

X E R I M B A B O S
- DESDE que comecei a estar em São Paulo com certa assiduidade, chamou minha atenção o grande número de locais públicos, ruas, etc., com nomes indígenas. Isso vem desde o princípio, quando os padres jesuítas desistiram do colégio de Santo André e fundaram um novo, nos campos do Piratininga. Em novembro passado, lá mais uma vez, lembrei de procurar me instruir a respeito. O resultado foi uma excelente aquisição, na Livraria Cultura da Paulista: "O Tupi em São Paulo - vocabulário de nomes tupis nos bairros paulistanos" da Profª. Vera Lucia Dias (Ed. Plêiade, São Paulo, 2008). Agora eu sei o significado de "anhangabaú", "tucuruvi", "jaçanã", "guarulhos", "Itaquaquecetuba", "bexiga", "Butantã", "Ibirapuera", "Iguatemi" "Carandiru" e tantas mais. Só não conto para vocês porque o trabalho da Vera Lucia Dias merece ser recompensado com a aquisição do pequeno volume, cujo custo é menor que meia-dúzia de cervejas.
- CARMENS: é afinal hoje o centenário de Carmen Miranda, e não ontem, como postei por engano. É que eu estava escrevendo o texto e passava da meia-noite... falar nisso, continua a polêmica a respeito da data exata do nascimento da salada de frutas que ela usava com tanto "donaire" e "aplomb" no côco. Uma corrente de opinião aposta que ela já teria vindo ao mundo assim ornamentada, e outra, chamada "escola da posterior introdução", como diz o nome, em data ulterior. Em defesa da VERDADE, estão já a ponto de se pegarem, como é próprio do ser humano...
A outra Carmen tinha por sobrenome Laforet. Ganhei ano passado um livro chamado "Nada", dessa autora espanhola de quem nunca havia ouvido falar. Maravilhoso romance, que li extasiado. Depois fui descobrir que ela o havia escrito ainda muito jovem, com pouco mais de vinte anos. Eo romance já foi logo (muitíssimo justamente) sendo premiado com o "Nadal", importante galardão literário espanhol. Carmen faleceu de complicações do mal de Alzheimer em fevereiro de 2004, aos oitenta e dois anos. Mas parece que sua filha está seguindo os passos maternos: acaba de sair em Espanha "Música Blanca", de Cristina Cerezales Laforet, pela Ediciones Destino S.A. Rosa Montero leu e adorou. Publicou uma resenha extremamente elogiosa no suplemento cultural "Babelia" (www.elpais.com/suple/babelia/). O emocionado relato dos ultimos tempos da mãe famosa, um "acerto de contas afetuoso". Acho que ainda vamos ouvir muito falar da moça.
- FALAR EM CONCURSO, vai o patrocinado por mim: o primeiro que mandar mensagem eletrônica dizendo o que significa o título de hoje desta miscelânea, ganha um picolé: vamos lá!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Essa casa aí foi onde vivi por séculos e séculos da minha infância muito feliz, durante - outro dia fiquei espantandíssimo com essa descoberta - oito anos. É muito complicado fazer essa conta,mas concluí que a relatividade é real e atua em nós, humanos: cada minuto da infância (e da juventude) é vivido como uma eternidade...

Um quintal bem grande, morro acima, várias mangueiras, goiabeiras e até um pé de sapoti; era onde eu e irmãos fazíamos a festa. Ah, e uma criação de galinhas fechada com tela, poleiro coberto e um "viveiro" onde elas podiam chocar em paz. Isso tudo e uma maravilhosa praia a menos de trezentos metros, de ondinhas gentis e areia suave.