domingo, 22 de março de 2009

QUEM SABE SE ASSIM DÁ CERTO?
DESDE QUE chegaram, os europeus classificaram os índios em dóceis e bravios. Os primeiros eram aqueles que podiam ser usados para trabalho braçal(ao qual o homem em geral tem horror); os segundos, os que não "cooperavam" e reagiam com violência ao que afinal, era uma violência enorme contra eles.
VAI DAÍ que até hoje os índios são assim divididos: os que procuram imitar o homem branco e viverem de forma o mais possível semelhante, são os que podem se "salvar": os outros (cada vez em menor número) resistem e procuram se esconder do contágio, pois percebem que por trás está a morte do seu mundo.
ENTRETANTO a cultura indígena nas três américas é bem mais antiga que o nosso mundo cristão ocidental. Se contarmos a partir do triunfo da burguesia - que para mim coincide com a Revolução Francesa - nosso modo de viver a vida e de enxergar o mundo é recentíssimo, nem três séculos ainda completou.
ENQUANTO QUE os selvagens levam a vida mais ou menos da mesma maneira século após século, nós, nesse curtíssimo espaço de tempo, fizemos tantas e tantas asneiras, nos reproduzimos de forma tão delirantemente irresponsável, usamos com tal prodigalidade os limitados recursos naturais, que agora colocamos em risco a própria sobrevivência da espécie humana.
ENTÃO FIQUEI imaginando que, no lugar de desejarmos que os índios adotem o modo branco de viver, que sabe não é hora de nós nos despirmos disso que chamamos "civilização" (roupas inclusive) e passarmos a perceber o mundo e nele vivermos de maneira indígena? Claro, não vai ter acumulação de capital, bolsa de valores, notebook e muito menos shopping. Será que aguentaríamos? E nem mencionei a novela das oito...

Um comentário:

  1. O único problema que eu ia ter seria de dormir em rede. Passei um mês no interior do Amazonas e, quando voltei, nunca imaginei que pudesse achar minha cama tão gostosa.

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